sexta-feira, 16 de maio de 2008

Equilibrando o Feminino

Li, na semana passada, um artigo interessante no site Pagão Tribos de Gaia (www.tribosdegaia.org), de Soraya Mariani, sobre a “Guerreira Ferida”, a mulher independente, bem-sucedida, auto-suficiente, que além de gerenciar sua própria vida, ainda luta contra a estrutura patriarcal da sociedade, que trata a mulher como bem de consumo ou artigo de luxo.
Essa mulher leva tantas pancadas, levanta de tantas rasteiras, que muitas vezes perde a confiança no outro, tornando-se amarga, privando-se de viver emoções, de demonstrar o menor traço de fragilidade, quando, na verdade, tudo o que precisa é de colo, carinho, cuidados para curar essas feridas.
Soraya cita Jean Shinoda Bolen, que relaciona a mulher moderna às deusas gregas. Nesta visão, a “Guerreira Ferida” é uma mulher em desequilíbrio com suas Atena e Afrodite interiores.

Talvez o artigo tenha me tocado porque já fui eu mesma uma “Guerreira Ferida”. Mas, ao contrário de tantas outras, cheguei a um ponto em que a armadura já não me vestia bem, em que assumi estar cansada das batalhas, sem ter para onde retornar.
A dificuldade inicial é saber como readquirir esse equilíbrio. Muitas vezes surge o medo da vulnerabilidade, de estender a mão àquele que diz “vem comigo”, ou mesmo deixar que alguém ao menos se aproxime.
Ninguém pode ser feliz sem ser pleno, negligenciando uma parte de si, ainda mais uma parte tão importante.
Arriscar, seja no amor ou nas batalhas, é para os fortes. É acreditar pra valer, não no outro, mas, sobretudo, em si mesma. Nem sempre se vence, mas sempre compensa.

(continua no próximo post)

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